A Saudável Loucura

A loucura permite-nos, a partir de certa altura, viver solto de toda e qualquer obrigação, pela simples razão de ninguém querer estar ao pé de um louco. Existe o risco de ser-se considerado, de igual forma, um louco. E num mundo do politicamente correcto, do parecer bem, do estar bem com todos, não fica bem, nada bem, conviver com alguém que não cumpre com determinadas regras. Que joga com outras cartas, que está a borrifar-se para o que deve ser ou não ser.

1. Não sei qual a definição de grande vinho. mas o que importa, cada vez mais, é que na imensidão de vinhos sem alma, demasiadamente educados, sem porra de carácter, é possível, ainda, beber um vinho sem parecer que estamos a ver o mesmo filme, vezes sem conta, fazendo-nos crer que existem ali algumas nuances.
Ser-se louco ajuda a viver com a alma limpa, desinfestada de maleitas parasitárias. Poder dizer, sem grandes problemas, constrangimentos, medos ou cuidados o que achamos ou não, mesmo sabendo, de antemão, que não será levado a sério por ninguém, tal bobo da corte. 

2. Fresco e airoso, profundamente vegetal, silvestre. Com uma simplicidade estonteante, que se torna a cada golada num vicio incontrolável. 
Apetece pedir, por isso, a todos os loucos, desta e de outras vidas, que não são muitos: uni-vos! O mundo será muito mais divertido, muito mais interessante, muito mais colorido, muito mais louco.

Comentários

Anónimo disse…
E que tal o 52 da Av. do Brasil?