Anda uma sensação no ar, para os meus lados, que tenho alguma dificuldade em entender. Sem provas ou factos, vamos situar todo este enredo no universo das percepções estritamente pessoais. Portanto, sem qualquer prova provada.
Nas minhas deambulações por provas, eventos, certames, festas e arraiais, tenho sido confrontado invariavelmente com situações que são, no mínimo, caricatas, curiosas ou estranhas. Ao contrário do que seria de esperar, surge pela frente um número assinalável de pequenos produtores que apresentam vinhos com aparente fraca personalidade, estranhamente normalizados, com pouca alma e fugazes. Por vezes, demasiado simples, quase inócuos, não apresentando qualquer valor acrescentado para quem os prova.
Parece-me que há uma colagem forçada por algum insucesso, ao que os produtores maiores fazem, com o intuito, perfeitamente compreensível, de serem semelhantes a eles, mais consensuais, mais modernos e, deste modo, obterem o maior retorno comercial possível. Mera ilusão. Pior é quando acreditam piamente no que fazem, julgando que estão na linha da frente. Os primeiros, na maior parte dos casos, não possuem marca consolidada, enquanto os segundos estão no mercado há anos, com as suas marcas estabilizadas e firmes. Por isso, julgo, que é absurdo canalizar o foco e os escassos recursos, falo dos mais pequenos, para produtos que não são mais do que iguais entre si e que irão cair fatalmente no saco dos esquecidos ou na secção dos perdidos e achados. Curiosamente ou não, do lado dos maiores, começam a surgir sinais de mudança de orientação da agulha em alguns dos segmentos. Curioso, não?
Comentários
Abraços,
Flavio
- Os eventos nacionais pouco significam na venda de vinhos.
- Por mais eventos que um produtor esteja presente o mesmo não se repercute nas vendas
- As marcas mais conhecidas continuam a vender e as outras fazem o que podem mas não é fácil
- As marcas mais vendidas em Portugal não participam em eventos
- O espectro de vinhos que mais se vende (€ 1-5) não necessita de eventos para se vender
- O que as empresas necessitam é de uma enorme campanha de marketing e dinheiro para isso elas não têm
- Ou fazem vinhos diferentes ou então é difícil terem sucesso
- Em Portugal cada vez mais assistimos a vinhos todos iguais.
- As empresas deviam vira-se para o exterior mas devido às estruturas familiares que têm e desconhecimento do mercado externo raramente tiram proveitos
- Ainda há muitas empresas, muitas mesmo, que vão para uma feira/evento em Portugal ou no estrangeiro à espera de vender sem o trabalho de casa feito
- Há muita gente a promover/vender vinho que não faz a mínima ideia do que está a fazer.
João Bastos
Provavelmente, mas tenho que consultar a ACNielsen para confirmar, as marcas mais vendidas em Portugal são Terras del Rei, Real Lavrador e Porta da Ravessa. Nunca as vi em qualquer evento.
JB
Sogrape
Aveleda
José Maria da Fonseca
Finagra (agora Herdade do Esporão)
JP Vinhos (agora Bacalhoa)
Caves Aliança (agora Bacalhoa)
Caves Messias
Supostamente, estas eram as maiores produtoras nacionais. Não sei quais eram os critérios para esta seleção, mas penso que aqui poderiam estar algumas adegas cooperativas e mesmo a Symington ou a Gran Cruz.
Mas das atrás citadas G7, não me lembro de alguma vez ter visto as Caves Messias em algum evento.