Condessa de Santar: A não comemoração

No último dia do ano, repeti mais uma não comemoração. Não comemorei o fim, nem o início. Deixei-me estar em silêncio, pensando em nada ou em tudo. Não havia tempo, nem vontade, para qualquer comemoração. Na verdade, irrita-me o ritual. Desejos infrutíferos repetidos vezes sem conta. Ano após ano, as palavras são as mesmas, porque, no fundo, sabe-se que vai ficar tudo igual: meras replicagens do que aconteceu no passado. 




Façamos por isto tudo, em jeito de provocação, uma não comemoração. Escolham o melhor espumante, que tenham por perto, levantem o copo façam um brinde a nada. Façam o gesto, vezes sem conta, até ficarem ébrios. Ficarão em paz, sem qualquer ansiedade e sem pensar naquilo não irão ter.

Comentários

Pingas no Copo disse…
Estimado, há quanto tempo! Que fazes?

E sobre o ano novo que parece ter já tiques de velho, parece que continua tudo igual ao outro. Para quê comemorar? :)
JSP disse…
ora viva!

mais do mesmo, nunca muito. comemora-se, acho, para manter a esperança. e/ou porque parece mal não acreditar nisso.