Feira do Vinho do Dão ou a Festa de Nelas?

O evento, a feira ou a festa, como queiram, decorreu já algum tempo. Venho, por isso, com atraso nos comentários. Cousa rara nesta tarimba. Mas adiante nos considerandos, porque não tenho muito para ditar.


Foi a primeira vez que meti os pés em tal acontecimento e como tal acabou por ser uma investida exploratória, sem qualquer trajecto definido, sem qualquer objectivo preciso. Fui, apenas, à sorte e com a simples função de observador.


Reparei que os poisos, stands de produtores, era inumeros. Tudo bem, para um turista que vem ao desconhecido e descobre uma imensidão de bancas, com garrafas dispostas a serem devoradas. É bem.


Não percebi, no entanto, alguns efeites alegoricos, algumas passeatas com bombos e gaitas de foles. A feira ou a festa, que a é, oferecia também ao povo, ainda, alguns produtos que nada tinham a ver, julgo eu, com o vinho. Bordados, mantas, colchas, farturas, churros e afins.
Mas o que mais saltou à (minha) vista, enquanto deambulava pelo cenário, foi a falta de clientes, de interessados, de visitantes, a ausência de vibração, o silêncio estranho que percorria o recinto. Sinais de crise?



E comentários sobre vinhos? Infelizmente nenhum ou quase nenhum. Digo-vos que limpei a secura da boca, estava calor e sentiam-se réstias dos perniciosos incêndios que são mais uma doença incurável deste país, com um excelente rosé da Quinta da Vegia. É um rosé pujante, cor carregada e algo anacrónico. Diria que é completamente desviante da norma e para homem que gosta de coisas sérias. Sem concessões modernistas.



Refresquei-me, mais uma vez, e em jeito de despedida, com uns tragos de rosado, estilo mais floral, mais feminino, mas não menos interessante, da Ladeira da Santa. Projecto que tentarei falar com mais intensidade, um dia destes. E segui caminho que o comboio já apitava.




Balanço? Apesar de meia missa, meio confuso sobre a intencionalidade da feira, valeu a experiência, nem que seja para ver como é ou como foi. 

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