Duas Quintas

Estupidamente, deixei de consumir este vinho e as razões são, ao fim ao cabo, injustificáveis. Só a loucura pelos novos rótulos, novos vinhos, poderá justificar o pretenso abandono. Tem-se medo em ficar para trás dos outros e como tal enfatizamos, apenas, e apenas, o que é recente, o que é moderno, actual.


O clássico e o velho acabam, estranhamente, por serem conceitos distantes, relegados para planos subalternos, sem destaque, recuperados, somente, para dar a ideia que se é conhecedor de história, seja ela qual for.


Este branco, que resiste com o rótulo inalterado, é vinho denso, com a típica estrutura dos vinhos do Douro. Cheira e sabe a Douro Superior. Pujança, complexidade e frescura cambiam de forma coerente e homogénea. É vinho, e ainda bem, desavindo, sem qualquer ponta de tique ou respeito pelos ditames urbanos ou neo-urbanos, pouco consensual e despido de loucuras exóticas, sendo que, permitam-me que o diga é vinho português e ainda bem!

Comentários

JSP disse…
E o tinto é fino e sóbrio. Gosto muito :)
Anónimo disse…
Bingo. AJS
Pingus Vinicus disse…
A loucura instalada por vinhos novos, marcas novas, colheitas recentes, rótulos modernos e vinhos estrangeiros provoca esquecimento relativamente aos nossos clássicos, como é o caso dos DQ. Faço mea culpa.