Uma fase penosa e difícil

Quando comecei com esta brincadeira, não tinha a ideia do trabalho que iria ter. A constante necessidade de escrever de forma diferente é, por vezes, extenuante e cansativa. A minha imaginação tem de estar sempre a laborar, sem parar! Como sabem, tudo o que escrevo, por aqui, é baseado nas mais variadas alucinações que vou tendo quando bebo uma pinga. Portanto, a consistência dos meus comentários é muito reduzida. Basta aparecerem perguntas mais complicadas que eu ficarei completamente descalço. Sem resposta, pois simplesmente não sei. Existem assuntos relacionados com o vinho que não me interessam. Para mim, o objectivo fundamental é ter prazer. É sobre isto que escrevo. Nada mais.
O pior é quando a minha imaginação pára, sem avisar. Fico a olhar para isto (o blog), sem saber muito bem o que fazer e o que escrever. É nestas condições penosas e difíceis que irei falar de duas propostas vindas e nascidas no Douro. Dois brancos. Duas novidades para mim. Dois vinhos com algum interesse. Não são extraordinários, é certo, mas merecem ser mostrados ao mundo. Vêm aumentar o leque de opções disponíveis no mercado. Tomem lá nota (se quiserem, é claro!).
Loboseiro (br) 2005, de Gustavo Alberto de Lemos do Valle Herds. (espero sinceramente que não me tenha enganado no nome). Lamego é o berço. Gostaria de vos esclarecer um pouco mais, mas infelizmente nada sei.
Mostrou uma cor bonita, algo insinuante. Abriu com aromas a combustível, que foram desaparecendo dando lugar primeiro ao vegetal, depois à fruta (tropical e branca). Uma combinação engraçada. Refrescado por sugestões minerais. Escala aromática com boa amplitude.
Fresco na boca, com o mineral e a fruta a marcarem presença. Aprumadinho. Final saboroso. Com algum equilíbrio e com uma prestação que achei interessante. Nota Pessoal: 14
Quinta de Porrais (br) 2005
. Sociedade Agrícola de Porrais é o produtor (Murça, Porrais-Candedo 5090 CANDEDO Murça. Fax: 259 549 496).
Aromaticamente libertou impressões minerais, envolvidas por uma valente quantidade de erva cortada. Até parecia o jardim do meu vizinho do lado. Bem tratado e sempre com a relva bem cortadinha. Ao contrário do meu. A leve presença de flores oferecia um pouco doçura ao conjunto.
Na boca, o lado doce pareceu-me voltar a aparecer. Num registo discreto, suave, que era abanado por uma acidez bem vincada. Pareceu-me ligeiramente inferior ao Laboseiro.
Nota Pessoal: 13,5

Comentários

Anónimo disse…
De facto, quando olho para o seu blog reparo que não é um tradicional espaço/blog de vinhos. Existe muita interacção/relação entre o seu estado de espirito e os vinhos que descreve.
PAULO SOUSA disse…
Caro Rui,
não me pareceu nunca que a sua imaginação tenha parado.Se com ela parada dá textos destes,não faço ideia como será com ela a funcionar.

Um abraço

Paulo Sousa
Administrador disse…
Pingus, quando li esta postagem, percebi ocorre exatamente isso comigo. Mas me permita dizer que seus comentários são bem cuidados, inspirados e inspiradores. Eu, do lado de cá do Atlântico, é que tenho dificuldade em dizer algo que desperte as mesmas sensações no leitor. Você? Você é um "enopoeta". Um abraço!
Anónimo disse…
Belo desabafo... ás vezes sntimos-nos assim. O teu blog é muito interessante deves continuar a "cavalgada". Por mim vou tentar não complicar-te a vida com os meus comentários, e os outros acho que também vão tentar fazer o mesmo, penso eu de que... como diria o outro. continuação de boas pingas.
Pingas no Copo disse…
Pedro obrigado pelos teus comentários.
Anónimo disse…
carissimo Pingus, descobri o seu blog enquanto fazia umas pesquisas... muitos parabens!fazia falta um blog assim!
quanto às suas novidades, fiquei bastante surpreendido quando provei o Quinta de Porrais. Para mim, leigo nestas matérias e seguidor do critério "gosto ou não gosto" deste vinho claramente gostei. A outra sugestão provarei ainda esta semana.

Um bem haja!
Duarte Campos
Pingas no Copo disse…
Caro Duarte Campos, bem vindo ao Pingas no Copo.
Peço desculpa, pelo atraso na minha resposta.

Isto é mesmo um espaço de gosto/não gosto!

Um abraço