Breve passagem pela Beira Interior (Parte II)

Finalizando a viagem pela Beira Interior, iniciada com três Pingas da COOP de Figueira de Castelo Rodrigo, dedico-me desta vez a mais dois vinhos brancos, oriundos da Quinta do Cardo. Continuo no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Esta Quinta da Beira Interior pertence ao universo da Empresa Companhia das Quintas, que possui ainda mais três espaços de produção de vinho, espalhados pelo país.
A Quinta da Romeira, na Estremadura, que recentemente lançou um colheita tardia, que pessoalmente achei interessante. O preço é que não cativa muito. A velha a crise ainda não nos largou e pelo que parece ela ainda vai continuar para mim (o patrão da minha patroa, que é o Ministro das Finanças parece ter dado ordem para que no próximo OE não entrem verbas necessárias à progressão das carreiras).
A Quinta da Farizoa, no Alentejo. Aprecio o branco. Estagiado em madeira, apresenta uma boa relação preço qualidade e é indicado para fazer dueto com um bom prato de peixe gordo assado no forno ou com o nosso tradicional e fiel amigo: o bacalhau (uns dizem que o fiel amigo é o cão, em que ficamos?).
No Douro possuem a Quinta da Cova da Barca, situada em Freixo de Espada a Cinta, não muito longe do Penedo Durão (um local que vos aconselho a visitar. Uma paisagem deslumbrante...). Depois dos meus inevitáveis desvios, que às vezes me levam para caminhos bem longes, falemos então das Pingas.

Quinta do Cardo Síria 2005
Cometeria o exagero de dizer que este vinho branco é o menino ou menina bonita, como queiram, desta Quinta. É sempre com alguma curiosidade que olho para ele. Já lá vão algumas colheitas.
A tangerina, a laranja, a banana, bem como um pouco de doçura marcavam presença. Mais fresco, mais envolvente e insinuante que o Síria da COOP de Figueira de Castelo Rodrigo. Um vinho diferente, bem feito, certamente cheio de cuidados e que merece ser conhecido, mas ao preço a que ele é disponibilizado nas áreas comercias, no intervalo 7€-8€, colocam este vinho numa difícil relação preço qualidade, afastando potênciais compradores. É pena!
Para beber enquanto está jovem, cheio de força e vigor.
Nota Pessoal: 15
Quinta do Cardo Branco 2005
Elaborado a partir das castas arinto e síria.
Aromas limonados, muita pêra (não perguntem a qualidade). Casca de maça verde. Fundo mineral que refrescava e muito bem. Melão, banana e ananás.
Bom corpo, aparentemente com alguma gordura e ao mesmo tempo crocante. Todo ele bem vestido. Num estilo aparentemente consensual. Um vinho saboroso e pareceu-me ligeiramente mais fresco que o síria. Tem melhor relação preço qualidade que o seu familiar.
Nota Pessoal: 14,5
Post Scriptum
: O site da Companhia das Quintas está em construção. A informação disponível é muito pouco. É pena!

Comentários

Chapim disse…
Caro Pingus, também eu aprecio essa região, e sem dúvida que os vinhos da Qt do Cardo são belos exemplos do que ali se pode fazer. Especialmente o Síria. Adoro. Recentemente encontrei outra pérola e desta vez tinta por essa terra chamada Castelo Rodrigo. É o Versus, produzido na Vermiosa, aldeia a 5 km de Catelo Rodrigo e que é orientado por Anselmo Mendes. Mais abaixo um pouco existem alguns brancos de Pinhel interessantes mas de produção familiar. De facto o futuro não será fácil para esta região, mas as gentes raianas sabem lutar contra as adversidades como poucas e acho q em pequena escala poderão se manter no panorama vínico nacional.
Pingas no Copo disse…
Caro Chapim, fala nos brancos de Pinhel. Realmente por esses lados encontram-se alguns brancos interessantes. É pena que sejam na maioria dos casos produção familiar. Tenho vagas memórias de beber alguns coisas saborosas.

Nesta "visita" a COOP de Figueira de Castelo Rodrigo foi aquela que mais interesse despertou. O seus vinhos são vendidos a preços muito interessantes.

Um abraço cordial